quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Corroída

Dos meus olhos, lágrimas ácidas,
contaminadas pelo ressentimento,
mancham de tinta preta meu rosto
e deixam transparecer a mágoa e fragilidade
que assolam meu coração medroso.

Meus gemidos e soluços refletem
lembranças que só ficaram gravadas em mim,
as palavras como pedras de gelo,
os olhares como navalhas afiadas,
ferem mais que um punho erguido.

Minhas mãos trêmulas
envoltas num lenço ensopado e marcado
só recordam que não compreendo
o ódio implícito em atos inaceitáveis.

Aqui, coloco para fora uma parte, muito pequena,
de um sentimento que não desejo á ninguém, nem mesmo ás paredes.
E não espero que ninguém me entenda, ou me console,
Bem, quando dizem que não adianta chorar sobre o leite derramado
é que quem derrama o leite,
não se importa com suas lágrimas, ou sua dor.
E não levará em conta sua vida marcada.

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